top of page

"Vendia biscoito na rua antes de abrir empresa e faturar R$ 24 milhões"

Luzia Costa não tinha dinheiro, nem conhecimento do mercado empresarial quando deu o primeiro passo para se tornar uma executiva de sucesso. Seus únicos recursos eram a vontade de vencer e a resiliência que foi desenvolvendo ao longo das várias vezes em que viu seu negócio falir

Comecei minha carreira de empreendedora há dez anos vendendo biscoitos caseiros, que eu mesma cozinhava, na rua. Quando as vendas se firmaram, resolvi investir em um carrinho de lanches para oferecer mais produtos aos clientes e, com o tempo, decidi expandir meu pequeno negócio. Coloquei o carrinho de lanches e a casa em que vivia à venda com o objetivo de montar uma lanchonete para dar seguimento ao que havia construído. O movimento por lá era bacana, mas não o suficiente para mim.

Meu próximo passo foi comprar uma pizzaria, mas desta vez, infelizmente, não tive a mesma sorte de antes. Fui à falência. Fiquei morando de aluguel em uma casa de pau a pique com um bebê de um ano no colo. Quando parecia que a situação não poderia ficar pior, cerca de 30 dias depois meu gás de cozinha acabou e não tinha como comprar outro. Fui obrigada a aprender a cozinhar em um forno à lenha que havia no quintal. Do contrário, não teria onde comer.

Certo dia notei que a chapa do forno à lenha demorava a esfriar depois de usada. Tive a ideia de fazer tomate seco (uma das receitas que aprendi na pizzaria falida) para vender pela região. Tenho esse espírito empreendedor, mesmo na m@#da eu criava. Consegui juntar um dinheirinho, saí da roça na cidade de Cruzeiro, interior de São Paulo, e fui para Roseira. Mas lá já não podia mais vender os tomates, porque as pessoas compravam no comércio. Precisava encontrar outra forma de ganhar dinheiro, então, passei a fazer aqueles pirulitinhos com formato de chupeta para vender.

Pouco tempo depois, uma moça me convidou para um curso de estética na região. Adorei a ideia de poder voltar a estudar. Quando solteira, trabalhei como manicure, fiz sobrancelha e depilação sem ter cursado nada. Foi por isso que com três semanas de aulas me destaquei entre minhas colegas.

Passei a usar a mesa da cozinha das clientes para fazer massagens porque não tinha maca, mas a fama dos meus bons serviços logo se espalhou pela cidade. Ao final do curso, tive a ideia de usar minhas novas habilidades na praia para ganhar mais. Fui para Ubatuba, onde trabalhei das 5h às 17h todos os dias. Saia de lá, trocava de roupa, limpava a maca e atendia moradores nos condomínios da região até por volta da meia noite.

Consegui levantar, em um ano, todo o dinheiro para pagar minhas dívidas de quando a pizzaria foi à falência. Fiquei pesando 47 quilos na época, mas realizei o sonho de voltar a morar em Taubaté. Lá recomecei minha vida. Trabalhei de graça até reunir uma nova carteira de clientes. Cheguei a alugar uma sala para atendê-los.


Depois de um tempo, concluí outros cursos de estética e me destaquei fazendo sobrancelha. Foi quando minha vida mudou. As pessoas gostavam tanto do meu trabalho que profissionais de outras cidades vinham até mim pedindo para ensiná-los minha técnica. Foi na época em que a micropigmentação começou a ser usada. Minha sala de atendimento se tornou um verdadeiro centro de treinamento.


Por conta da qualidade do meu curso, uma franquia que acabara de se instalar na cidade pediu para treinar seus funcionários. Ajudei nas primeiras vezes, mas depois mudei de ideia. Não iria ficar engordando o boi do vizinho.


Falei para meu marido que gostaria de abrir a minha própria franquia. Ele não apoiou a ideia inicialmente. Disse: "Agora você já está bem, ganhou dinheiro, pagou todas as dívidas... Vamos ficar quietos". Mas eu não sosseguei, e ele me apoiou mais uma vez.


Inaugurei minha primeira loja de estética em um shopping no dia 5 de dezembro de 2013 e as clientes adoraram. Foi um sucesso, porque era bastante cômodo para elas. Quatro meses depois ganhei minha primeira franqueada em Guaratinguetá.


Após um ano, quando minha rede de franquias cresceu, tive a ideia de fazer a unha das clientes sem usar o alicate para evitar contaminações. A segurança era uma questão muito importante para mim. Por isso, decidi tirar a cutícula com broca odontológica, que não provoca corte, nem perfuração. Também desenvolvi a ideia do esmalte descartável. Foi um sucesso. Nessa época criei o grupo Sóbrancelha, pois meus negócios já estavam mais diversificados. Me firmei no mercado.


Ao longo de todos esses anos de empreendimento, quebrei muitas vezes na busca do sucesso como empresária, mas sempre me levantei. Custou tempo e muita coragem para chegar até aqui. Em ano de crise, com o grupo Sóbrancelhas que criei, faturei R$ 24 milhões em 2015. Digo que somente você pode acreditar em seu objetivo e levar seu sonho adiante, porque quando está falida, as pessoas acham que você não serve de inspiração. Mas a dificuldade de agora é uma experiência para o futuro.


A empresa é como um bebê, deve ser cuidada o todo o tempo, e o empreendedor é como a mãe, que sempre arruma um jeito de protegê-lo. Mas tem que amar o ramo em que trabalha, não adianta fazer somente por dinheiro, porque a dificuldade virá, dando lucro ou não."


Fonte: Marie Claire







Posts Em Destaque
Posts Recentes
Arquivo
Procurar por tags
Siga
  • Facebook Basic Square
  • Twitter Basic Square
  • Google+ Basic Square
bottom of page